Abelhas vão à desforra para substituir pulverizadores

Insetos têm bioinsumos e bioengenharia como aliados para ganhar função também na proteção das lavouras

Abelhas podem se armar com bioinsumos para combater pragas, especialmente fungos, em dezenas de culturas. (foto - CNA)

Abelhas podem se armar com bioinsumos para combater pragas, especialmente fungos, em dezenas de culturas. (foto - CNA)

08deDezembrode2022ás14:53

As abelhas podem ter uma revanche histórica contra a pulverização de químicos por meio da combinação de inovações em bioinsumos e bioengenharia.

É o que indica a tecnologia chamada “bee vectoring” (em tradução livre, abelhas vetoras), já em uso para algumas culturas e foco de estudos em várias parte do mundo.

Basicamente, os insetos podem carregar defensivos biológicos direto às plantas, reduzindo ou dispensando o uso de maquinários ou mesmo drones e produtos químicos, para diversas culturas.

No entanto, para que isso tenha escala, é preciso os insumos corretos assim como, até mesmo, adaptações genéticas a fim de tornar as colmeias verdadeiros “porta-aviões” de abelhas contra dezenas de pragas.

Em todo caso, seria ironia o fato de que a aplicação de químicos com máquinas, aviões e outros pulverizadores agrícolas, apontada como um sério risco para a existência desses insetos quando feita de forma inadequada, pudesse estar sendo "contra-atacada" pela sua própria vítima com o reforço da ciência.

Afinal, segundo o Sistema Global de Informação sobre Biodiversidade (GBIF, na sigla em inglês), 25% menos espécies foram registradas na comparação entre 2015 com antes de 1990.