Agricultura de precisão favorece a qualidade do vinho

Estudo da Embrapa avaliou projetos de vinocultura de precisão em duas regiões

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Vinícolas Terras Altas (Ribeirão Preto) e Casa Verrone (Itobi) desenvolvem pesquisas na área ao lado da Embrapa. (foto - Embrapa)

Vinícolas Terras Altas (Ribeirão Preto) e Casa Verrone (Itobi) desenvolvem pesquisas na área ao lado da Embrapa. (foto - Embrapa)

22deDezembrode2022ás15:26

É possível que um vinho da variedade tinta Syrah apresente características distintas, numa mesma área de produção, sob as mesmas condições de manejo e colheita? 

A resposta a essa pergunta veio por meio da ciência, com a aplicação da Agricultura de Precisão, em projetos de duas vinícolas no interior de São Paulo, que fabricam os chamados vinhos de inverno.

Proprietários das marcas Terras Altas (Ribeirão Preto) e Casa Verrone (Itobi) se reuniram com enólogos e pesquisadores da Embrapa para degustar vinhos da safra 2021, produzidos em áreas de 1,1 e 1,2 hectares, respectivamente. 

O objetivo era avaliar como o uso da agricultura de precisão pode melhorar a qualidade das bebidas, a partir da divisão dos vinhedos em duas zonas de manejo. 

“Esse ano, com o que a gente provou, deu para perceber uma diferença muito maior ainda (em relação à safra 2020). Ou seja, a agricultura de precisão é uma coisa extremamente importante, que a gente vai usar a partir do ano que vem já”, avalia Márcio Verrone, proprietário da vinícola que leva o nome da família.

A pesquisa, que além da Embrapa, tem parceria com a Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu e o Núcleo Tecnológico da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig Uva e Vinho), de Caldas, já havia constatado a variação dos atributos do solo e da planta em pequenas áreas dos vinhedos

Isso possibilitou a coleta seletiva das uvas. “A constatação, mesmo em áreas pequenas, nos chamou a atenção para a possibilidade de obtenção de vinhos com algumas características diferentes e de interesse dos enólogos”, relata o pesquisador da Embrapa Instrumentação Luis Bassoi.