Demanda chinesa vai definir participação do agro no PIB do Brasil, diz FGV

Fundação divulgou nesta terça Icomex do primeiro bimestre

|
Participação do setor agropecuário nas exportações totais foi de 18,5% nos primeiros dois meses de 2023, China recuou compras em 4,9%. (foto - banco de imagens)

Participação do setor agropecuário nas exportações totais foi de 18,5% nos primeiros dois meses de 2023, China recuou compras em 4,9%. (foto - banco de imagens)

21deMarçode2023ás16:47

Apesar da estimativa de produção recorde da safra de grãos 2022/2023, o Brasil dependerá da demanda chinesa por produtos do agronegócio para definir a participação do setor no PIB (produto interno bruto) no país neste ano. 

A análise é da Fundação Getúlio Vargas após apresentar, nesta terça (dia 21), o Icomex  (Indicador de Comércio Exterior), referente a balança comercial brasileira de fevereiro.

“O esperado efeito positivo do aumento da safra brasileira sobre o PIB do brasil, que venha a ser observado no comércio exterior, depende em grande medida da recuperação da demanda chinesa pelos produtos brasileiros”, diz a FGV, em nota.

Segundo levantamento da FGV, a Asia liderou o destino das exportações brasileiras no primeiro bimestre, com participação de 39,2%. Desse universo, a participação da China foi de 23,4% e, entre os dois primeiros bimestres de 2022 e 2023, com queda nas vendas brasileira de 4,9%.

“A queda no valor foi liderada pela retração no volume em 4,4%, pois os preços recuaram apenas em 0,7%. Além disso, entre os cinco principais produtos exportados para a China, apenas a  celulose registrou aumento no valor (52,8%).”

“Os três principais produtos, que somam 65% das vendas  brasileiras para a china, registraram quedas: petróleo bruto (10%); soja (28%); e minério de ferro (2,0%). Os resultados, portanto, ainda não estão mostrando os possíveis efeitos positivos com o fim da política de  lockdown no país.” 

Vale lembrar ainda que desde ontem (dia 20), uma comitiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), composta por mais de 100 pessoas, a maioria empresários do agronegócio, está na China, como parte do trabalho do atual governo para ampliar o comércio bilateral.