CPI do MST: “nos usava como trabalhadores escravos”, diz ex-integrante

Parlamentares ouvirão hoje o governador de Goiás, Ronaldo Caiado

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As famílias que viviam no local eram usadas como massa de manobra pelos líderes do MST, afirmou a depoente. (foto - Câmara dos Deputados)

As famílias que viviam no local eram usadas como massa de manobra pelos líderes do MST, afirmou a depoente. (foto - Câmara dos Deputados)

31deMaiode2023ás13:03

A CPI do MST ouviu, na sessão de ontem, uma ex-integrante do movimento e avança hoje, no período da tarde, com uma audiência com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado. 

Nelcilene Reis, que morou em um acampamento do MST de 2016 a 2019, afirmou que as famílias que viviam no local eram usadas como massa de manobra pelos líderes do MST.

Ela disse ainda que os acampados trabalhavam para o MST sem remuneração e ainda eram punidos caso não obedecessem às normas do acampamento. Caso confirmada, a prática pode caracterizar trabalho análogo à escravidão.

“Quando a gente não fazia o que era determinado, a gente era expulso e se a gente resistisse, muitas vezes – não aconteceu comigo, mas eu presenciei a pessoa estar embaixo do barraco e eles derrubarem, a pessoa estava embaixo e tinha que sair”, afirmou.

Nelciliene disse que se desligou do MST por causa de divergências com a organização do acampamento. A partir daí, ela afirmou ter sido ameaçada de morte, tendo sobrevivido porque a polícia chegou a tempo de defendê-la e sua família.

Entenda o caso de Nelcilene

Em 2021, a Veja contou a história de Nelcilene e seu marido Ivan Xavier. Ela é presidente da Associação dos Produtores Rurais da Rota do Cavalo, que nasceu dentro do campamento do MST, Marias da Terra, a 20 quilômetros do Palácio do Planalto.