Marina Silva é cobrada no Congresso e diz apoiar maioria do agro
Segundo ela, os que defendem queimadas e grilagem são minoria
|Ministra foi confrontada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara (Foto - Vinicius Loures/Câmara)
Convocada pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, rebateu ontem (dia 21) uma série de denúncias do agronegócio e defendeu uma conciliação com o setor.
A convocação partiu dos deputados Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Zé Vitor (PL-MG), que acusam a ministra e sua pasta de “perseguição ao agro”.
Rodolfo Nogueira citou exemplos de perseguição da ministra ao setor ontem. “Para a senhora, nós somos o ‘ogronegócio’, os vilões do campo. Vi recentemente ações absurdas, como ameaçar suspender o Cadastro Ambiental Rural dos produtores. É um escárnio com quem coloca comida na mesa do Brasil e do mundo. Outro absurdo foi o confisco de gado por parte do Ibama, órgão ligado ao seu ministério. Essa ação pode facilmente ser vista como apropriação indébita, ou seja, crime”, disse ele.
A lista de “absurdos”, segundo Rodolfo Nogueira, ainda inclui um decreto (11.687/23) que exclui da “lista positiva” do Ministério do Meio Ambiente os imóveis que realizaram supressão legal de vegetação após 2008. A bancada do agro também critica a portaria do ministério que pode aumentar as competências do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) e tornar mais complexo o licenciamento ambiental para o setor. Outra queixa foi a suspensão de novas licenças do Ibama para a caça de javali.
Já o deputado Zé Vitor disse não aceitar que o setor seja tratado como réu. “Queremos uma relação franca e justa, de respeito. O agro não pode ser refém de questões partidárias, temos um compromisso com a segurança alimentar, com a questão energética e, acima de tudo, com as pessoas e o futuro”, ressaltou o deputado.