Brasil tem 28 milhões de hectares de pastagens degradadas com potencial agrícola

Estudo da Embrapa aponta quantidade de solos mais fáceis de recuperar

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Embrapa aponta que conversão dessas áreas poderia aumentar em 35% a área total plantada com grãos. (Foto - Embrapa)

Embrapa aponta que conversão dessas áreas poderia aumentar em 35% a área total plantada com grãos. (Foto - Embrapa)

19deFevereirode2024ás16:58

Estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), publicado na revista científica Land, indica qual a quantidade de solos mais fáceis de recuperar no Brasil.

O estudo indica a existência de aproximadamente 28 milhões de hectares de pastagens plantadas no País com níveis de degradação intermediário e severo que apresentam potencial para a implantação de culturas agrícolas. 

Segundo o artigo, se considerar somente o cultivo de grãos, esse montante representaria um aumento de cerca de 35% da área total plantada em relação à safra 2022/2023.

Para realizar o estudo, a Embrapa fez o cruzamento de informações a respeito da qualidade das pastagens com dados sobre a potencialidade agrícola natural das terras, produzidos pelo IBGE. Foram considerados dois níveis de degradação das pastagens, severa e intermediária, e duas classes de potencialidade agrícola, boa e muito boa.

Resultado

Como resultado, foram mapeados:

  • aproximadamente 10,5 milhões de hectares de pastagens com condição severa de degradação e
  • 17,5 milhões de hectares com condição intermediária que apresentam potencial bom ou muito bom para a conversão para agricultura.

Onde?

Entre os estados que apresentaram as maiores áreas, dentro destes parâmetros, estão:

  • Mato Grosso (5,1 milhões de ha),
  • Goiás (4,7 milhões de ha),
  • Mato Grosso do Sul (4,3 milhões de ha),
  • Minas Gerais (4,0 milhões de ha) e
  • Pará (2,1 milhões de ha).

Exclusão

Nesta análise do potencial de expansão agrícola foram excluídas áreas consideradas especiais, como terras indígenas, unidades de conservação, assentamentos rurais e comunidades quilombolas, e também aquelas áreas indicadas pelo Ministério do Meio Ambiente como de alta prioridade para conservação da biodiversidade.

“Buscamos mapear as possibilidades de expansão agrícola a partir de análises geoespaciais indicando áreas que minimizem a pressão sobre os recursos naturais e sejam implantadas sob bases sustentáveis”, explica um dos autores do artigo, o pesquisador da Embrapa Agricultura Digital Édson Bolfe.

O trabalho também contemplou dados sobre o acesso à infraestrutura rural e sobre clima, com informações do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).