Agricultura regenerativa deixa soja mais resiliente às mudanças climáticas, diz produtor

Júlio Cesar Pereira é parceiro do programa ADM Regeneração, projeto piloto da gigante norte-americana

Na sua fazenda, dos 5,1 mil hectares de cultivos de soja, milho, trigo, feijão e batata, 1,1 mil hectares foram destinados à produção da oleaginosa. (Foto - Divulgação Fazenda Pombo)

Na sua fazenda, dos 5,1 mil hectares de cultivos de soja, milho, trigo, feijão e batata, 1,1 mil hectares foram destinados à produção da oleaginosa. (Foto - Divulgação Fazenda Pombo)

28deMarçode2024ás10:17

O produtor Júlio Cesar Pereira, proprietário da Fazenda Pombo, em Uberlândia (MG), é um dos principais produtores de milho da região. Em novembro de 2023, porém, ele decidiu inovar mais uma vez e aderiu ao programa da ADM (Archer Daniels Midland Company) focado na agricultura regenerativa.

A fase piloto do programa ADM Regeneração tem foco no cultivo da soja. Assim, o produtor aderiu a uma nova cultura. A prática sustentável não é nenhuma novidade para o Júlio Cesar Pereira.

Isto porque dez anos antes de fechar parceria com a gigante norte-americana, ele já adotava o plantio direto em sua fazenda. Outras práticas sustentáveis também eram adotadas por ele, como uso de bioinsumos para controle de pragas, por exemplo.

Na sua fazenda, dos 5,1 mil hectares de cultivos de soja, milho, trigo, feijão e batata, cerca de 2 mil hectares foram destinados à produção da oleaginosa para o programa da agricultura regenerativa da ADM.

Foi justamente no ano passado quando os produtores foram impactados pelas mudanças climáticas, que o produtor pensou que o pior estava por vir. Minas Gerais foi um dos estados mais atingidos pela onda de calor e pela estiagem no final do ano.

“Eu pensei que seria uma catástrofe para soja. A agricultura é uma escola e você aprende mais no período da crise. A produção sofreu menos após eu entender onde tinha mais cama de palha, mais cama de matéria orgânica. Minha produtividade não caiu nem 10% em relação à safra passada quando obtive minha melhor produtividade. Para você ter uma ideia, em 2014 e 2015, período difícil de calor, mas nem tanto como esse, a gente retrocedeu 30 a 40%, muito mais do que no ano passado”, contou.

A produtividade da soja atingiu 73 sacas por hectare na Fazenda Pombo, enquanto 79,5 sacas por hectare foram alcançadas na safra passada.

“A gente faz a diferença quando as coisas são bem feitas, com o plantio direto. Me propus a estar neste programa para aprender. Eu tenho aprendido muito.”