Qual a dependência do Brasil do mercado internacional de sementes?

Ronaldo Troncha, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABSM), analisa a posição do país, os avanços tecnológicos e as parcerias público-privadas

28deMaiode2024ás19:25

O Brasil é um grande exportador de produtos agrícolas, mas no segmento de sementes e mudas, não tem o mesmo protagonismo global.

O senso comum, inclusive, pode acreditar que existe uma dependência do mercado internacional quando o assunto é tecnologia de ponta em genética.

Contudo, segundo Ronaldo Troncha, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABSM), a realidade é diferente. "Somos quase autossuficientes", diz.

O Agrofy News entrevistou o representante do setor brasileiro no Congresso Mundial de Sementes (WSC, World Seed Congress), que ocorre até amanhã em Roterdam, nos Países Baixos, sobre o tema e a posição do Brasil no tabuleiro global.

Confira o conteúdo:

Agrofy News - Ronaldo, existe algum grau de dependência do Brasil em termos de sementes e mudas globalmente?

Ronaldo Troncha - A princípio, nas principais culturas cultivadas no Brasil em relação a commodities, nós não temos dependência. Ou seja, soja, milho, trigo e as demais culturas normalmente comercializadas e exportadas pelo Brasil, nós não temos essa dependência.

A dependência passa por alguns vegetais, como a batata, onde temos uma certa necessidade de importação, e alguns vegetais que normalmente não são cultivados no Brasil em larga escala para a produção de sementes.

Então há uma importação necessária. No caso das flores, as sementes geralmente são importadas.

Mas no caso das commodities, você diz que não existe uma dependência. A propriedade intelectual das variedades mais atuais de soja, milho e trigo são estrangeiras...