Qual a dependência do Brasil do mercado internacional de sementes?
Ronaldo Troncha, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABSM), analisa a posição do país, os avanços tecnológicos e as parcerias público-privadas
O Brasil é um grande exportador de produtos agrícolas, mas no segmento de sementes e mudas, não tem o mesmo protagonismo global.
O senso comum, inclusive, pode acreditar que existe uma dependência do mercado internacional quando o assunto é tecnologia de ponta em genética.
Contudo, segundo Ronaldo Troncha, presidente da Associação Brasileira de Sementes e Mudas (ABSM), a realidade é diferente. "Somos quase autossuficientes", diz.
O Agrofy News entrevistou o representante do setor brasileiro no Congresso Mundial de Sementes (WSC, World Seed Congress), que ocorre até amanhã em Roterdam, nos Países Baixos, sobre o tema e a posição do Brasil no tabuleiro global.
Confira o conteúdo:
Agrofy News - Ronaldo, existe algum grau de dependência do Brasil em termos de sementes e mudas globalmente?
Ronaldo Troncha - A princípio, nas principais culturas cultivadas no Brasil em relação a commodities, nós não temos dependência. Ou seja, soja, milho, trigo e as demais culturas normalmente comercializadas e exportadas pelo Brasil, nós não temos essa dependência.
A dependência passa por alguns vegetais, como a batata, onde temos uma certa necessidade de importação, e alguns vegetais que normalmente não são cultivados no Brasil em larga escala para a produção de sementes.
Então há uma importação necessária. No caso das flores, as sementes geralmente são importadas.
Mas no caso das commodities, você diz que não existe uma dependência. A propriedade intelectual das variedades mais atuais de soja, milho e trigo são estrangeiras...