Sem Milei e com Lula comedido, cúpula do Mercosul sela entrada da Bolívia

Em seu discurso, presidente criticou o que chamou de “nacionalismo arcaico e isolacionista”.

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Lula entre os presidentes Ricardo Martinelli (Panamá, convidado), Santiago Peña (Paraguai), Lacalle Pou (Uruguai) e Luis Arce (Bolívia). (Foto - Ricardo Stuckert / PR)

Lula entre os presidentes Ricardo Martinelli (Panamá, convidado), Santiago Peña (Paraguai), Lacalle Pou (Uruguai) e Luis Arce (Bolívia). (Foto - Ricardo Stuckert / PR)

08deJulhode2024ás14:00

A 64ª reunião de cúpula do Mercosul em Assunção, no Paraguai, teve como destaque a incorporação da Bolívia como sexto membro pleno do bloco, bem como a passagem da presidência temporária do grupo do Paraguai para o Uruguai.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou à imprensa após o encontro e adotou um tom comedido no discurso, antes de seguir para a Bolívia, onde deverá reiterar seu apoio ao presidente Luiz Arce, que no fim do mês passado conseguiu debelar, em poucas horas, uma tentativa de golpe contra seu governo.

Outra marca desta cúpula do Mercosul é a ausência do presidente argentino, Javier Milei, que decidiu na semana passada que não prestigiaria o encontro. Trata-se da primeira vez que um chefe de Estado não comparece à cúpula do bloco, segundo o Itamaraty.

A Argentina foi representada na Cúpula do Mercosul pela chanceler Diana Mondino, que se reunirá com o presidente Lula, do Brasil, Santiago Peña, do Paraguai, Luis Lacalle Pou, do Uruguai, e Luis Arce, da Bolívia.

Entre os acontecimentos que foram destaque durante a presidência do Paraguai, os chanceleres frisaram, após o encontro de domingo, a assinatura de acordo com Singapura, que interrompeu uma década de hiato nos entendimentos para ampliar o acesso dos produtos do bloco a novas regiões.

Apesar da ausência de Milei, a chanceler da Argentina, Diana Mondino, reafirmou a adesão de seu país ao Mercosul, que ressaltou como sendo o principal destino das vendas externas e uma das primeiras paradas no processo de internacionalização das empresas argentinas.