Carta à Marina: agro cobra clareza em pontos elementares para o Plano Clima
Grupo de 12 entidades enumerou inconsistências nos esforços por mais sustentabilidade
Representantes do agronegócio brasileiro enviaram, em outubro, uma carta ao Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima na qual se posicionam sobre a elaboração do Plano Clima e a definição das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) para o período de 2030 a 2035.
Como se sabe, o Brasil tem grande responsabilidade global em conciliar cada vez melhor a produção de alimentos, fibras e combustíveis com a sustentabilidade. Por seu poderio produtivo e relevância ambiental, o país é um dos atores mais relevantes no debate internacional sobre mudanças climáticas.
Assim, o Plano Clima (que define políticas) e as NDCs (que fixa metas sobre emissões) são centrais tanto para o meio ambiente como para o setor produtivo, que será cobrado por aspectos como emissões, desmatamento e outros.
Contudo, o andamento do processo de elaboração das duas referências tem gerado mais dúvidas e questionamentos do que, propriamente, soluções. E não se trata de não concordar com metas ou compromissos por parte do agronegócio.
A carta assinada por 12 lideranças do agro (como ABAG, Abiec, Abiove, Abrafrutas, Abrapalma, Empapel, Rabobank e SRB, entre outras) aponta, inicialmente, um problema de ordenamento.
Segundo o documento, o Governo parece “buscar um número” para apresentar metas ambiciosas de NDCs na COP30, mas não dialoga com os setores para saber as possibilidades, realidades e viabilidade das mesmas.
“Tendo em vista que o governo brasileiro ambiciona estabelecer planos setoriais no contexto do Plano Clima, o processo de formação da NDC deveria ser o inverso, negociando com a sociedade brasileira os planos setoriais e, partir deles, definir qual será a ambição da nova meta climática, conferindo segurança para lastrear a nova meta nacional”, diz.