Congresso prepara resposta rápida ao Carrefour após boicote às carnes brasileiras

Presidente da Câmara diz que projeto sobre reciprocidade ambiental deverá ser incluído na pauta

Arthur Lira (PP-AL) classificou a medida como protecionista. (Foto - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Arthur Lira (PP-AL) classificou a medida como protecionista. (Foto - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

25deNovembrode2024ás14:50

suspensão da comercialização de carne proveniente do Mercosul pelo Carrefour, anunciada pelo CEO global do grupo, Alexandre Bompard, provocou reações também no Congresso Nacional. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), classificou a medida como protecionista e sinalizou que o Projeto de Lei 1406/24, sobre reciprocidade ambiental, deve ser pautado ainda esta semana no Congresso.

O PL visa proibir o Brasil de assinar acordos internacionais com cláusulas ambientais que restrinjam exportações sem que os países signatários adotem medidas equivalentes de proteção ambiental.

“O Brasil, como Congresso Nacional, empresários e população, precisa dar uma resposta clara. Não é possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate da decisão de excluir proteínas animais da América do Sul”, afirmou Lira durante o evento CNC Global Voices.

Arthur Lira destacou, no evento, o progresso de pautas relacionadas à sustentabilidade, como o Programa Nacional de Bioquerosene e o Marco Legal do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono.

Ele também celebrou o Brasil como o terceiro maior destino de investimentos em energias renováveis em 2023, com US$ 25 bilhões captados, segundo relatório da Bloomberg.

Carrefour admite boicote

Grupo Carrefour Brasil reconheceu, em nota, os impactos gerados pela suspensão do fornecimento de carnes por grandes frigoríficos nacionais, como JBS, Marfrig, Masterboi e Minerva, que deixaram de entregar produtos às unidades do grupo no país.