Congresso prepara resposta rápida ao Carrefour após boicote às carnes brasileiras
Presidente da Câmara diz que projeto sobre reciprocidade ambiental deverá ser incluído na pauta
Arthur Lira (PP-AL) classificou a medida como protecionista. (Foto - Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)
A suspensão da comercialização de carne proveniente do Mercosul pelo Carrefour, anunciada pelo CEO global do grupo, Alexandre Bompard, provocou reações também no Congresso Nacional.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), classificou a medida como protecionista e sinalizou que o Projeto de Lei 1406/24, sobre reciprocidade ambiental, deve ser pautado ainda esta semana no Congresso.
O PL visa proibir o Brasil de assinar acordos internacionais com cláusulas ambientais que restrinjam exportações sem que os países signatários adotem medidas equivalentes de proteção ambiental.
“O Brasil, como Congresso Nacional, empresários e população, precisa dar uma resposta clara. Não é possível que o CEO de um grupo importante como o Carrefour não se retrate da decisão de excluir proteínas animais da América do Sul”, afirmou Lira durante o evento CNC Global Voices.
Arthur Lira destacou, no evento, o progresso de pautas relacionadas à sustentabilidade, como o Programa Nacional de Bioquerosene e o Marco Legal do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono.
Ele também celebrou o Brasil como o terceiro maior destino de investimentos em energias renováveis em 2023, com US$ 25 bilhões captados, segundo relatório da Bloomberg.
Carrefour admite boicote
O Grupo Carrefour Brasil reconheceu, em nota, os impactos gerados pela suspensão do fornecimento de carnes por grandes frigoríficos nacionais, como JBS, Marfrig, Masterboi e Minerva, que deixaram de entregar produtos às unidades do grupo no país.