Trump anuncia novas tarifas e Brasil está entre os mais afetados
Governo brasileiro diz que não comentará o assunto antes do anúncio oficial da Casa Branca
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou que irá anunciar nesta segunda-feira (10) uma nova rodada de tarifas sobre as importações de aço e alumínio, aplicando uma taxa de 25% que se somará às restrições já existentes sobre metais.
A medida deve atingir diretamente o Brasil, um dos maiores exportadores desses produtos para o mercado norte-americano.
Em entrevista, Trump afirmou que divulgará detalhes sobre tarifas recíprocas na terça-feira (11) ou quarta-feira (12), com implementação quase imediata.
O Brasil, ao lado de Coreia do Sul, México e Canadá, está entre os países mais afetados, com um impacto estimado em até US$ 6 bilhões em vendas.
O Itamaraty informou que não comentará o assunto até o anúncio oficial da Casa Branca.
Impacto para o Brasil
Atualmente, cerca de 25% do aço consumido nos Estados Unidos é importado, com boa parte vinda de países como Canadá e México, além de aliados na Ásia. No caso do alumínio, metade da demanda do país é suprida por importações, sendo o Canadá o principal fornecedor.
Em 2024, o Brasil foi o segundo maior exportador de aço para os Estados Unidos, atrás apenas de Canadá e México, segundo dados do Departamento de Comércio americano.
Apesar da dependência norte-americana desse insumo, Trump defende que a medida é necessária para proteger a indústria local.
O governo brasileiro optou por aguardar a oficialização das novas tarifas antes de se pronunciar sobre eventuais retaliações.
Trump reforça estratégia protecionista
Trump justificou a decisão alegando que os Estados Unidos igualarão as tarifas aplicadas por outros países. "Se eles nos cobrarem, nós os cobraremos", declarou o presidente.
Durante seu primeiro mandato, ele impôs tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio, mas concedeu isenções para Canadá, México e Brasil. Posteriormente, o ex-presidente Joe Biden ampliou essas cotas para o Reino Unido, Japão e a União Europeia.