Guerra de tarifas entre Brasil e EUA ameaça mercado de etanol

Trump confirma tarifas recíprocas para parceiros do seu país e cita etanol brasileiro

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O etanol brasileiro, atualmente taxado em 2,5% nos EUA, enfrenta uma tarifa de 18% quando exportado pelos norte-americanos ao Brasil

O etanol brasileiro, atualmente taxado em 2,5% nos EUA, enfrenta uma tarifa de 18% quando exportado pelos norte-americanos ao Brasil

14deFevereirode2025ás11:00

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou nesta quinta-feira (13) um memorando que estabelece tarifas recíprocas a países que impõem taxas sobre produtos americanos, citando o etanol brasileiro como exemplo.

medida visa aplicar tarifas equivalentes às cobradas por outros países sobre importações dos EUA, reforçando a política comercial protecionista de Trump, que defende igualdade nas relações comerciais.

“Queremos um campo nivelado”, declarou o presidente dos EUA.

Embora o memorando não defina tarifas específicas, a diretriz é clara: retaliar parceiros comerciais que dificultem o acesso de produtos americanos. Entre os exemplos para a política de tarifas recíprocas, o governo dos EUA cita o etanol brasileiro.

O etanol brasileiro, atualmente taxado em 2,5% nos EUA, enfrenta uma tarifa de 18% quando exportado pelos norte-americanos ao Brasil. Em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol brasileiro, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões ao Brasil.

Com a nova política, o etanol do Brasil pode enfrentar taxas semelhantes nos EUA.

Setor de etanol critica medida de Trump

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA) e a Bioenergia Brasil lamentaram a inclusão do etanol no memorando, alertando que a decisão pode prejudicar o combate às mudanças climáticas, já que o etanol brasileiro, feito de cana-de-açúcar, possui menor pegada de carbono que o americano, derivado do milho.

O documento determina a realização de estudos para o “Plano Justo e Recíproco”, que prevê a alteração das atuais relações comerciais dos Estados Unidos.