Sem novos casos há 33 dias, Brasil já pode se declarar livre gripe aviária em granjas comerciais

Declaração oficial deve embasar ofensiva do Brasil para reabrir mercados estratégicos da carne de frango

Após a confirmação da influenza aviária, todas as 540 propriedades cadastradas dentro do perímetro do foco foram vistoriadas - (Foto: Jonas Fernandes/ Seapi)

Após a confirmação da influenza aviária, todas as 540 propriedades cadastradas dentro do perímetro do foco foram vistoriadas - (Foto: Jonas Fernandes/ Seapi)

18deJunhode2025ás09:52

O Brasil deve se autodeclarar livre de gripe aviária em granjas comerciais nesta quarta-feira (18), após cumprir 33 dias sem o registro de novos focos da doença em unidades produtivas.

O marco representa o encerramento do chamado “vazio sanitário” — período de monitoramento intensivo iniciado em 22 de maio, logo após a desinfecção da granja de Montenegro (RS), onde foi confirmado o primeiro e único caso em plantel comercial.

A declaração será formalizada junto à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que já considera atendidos todos os requisitos internacionais para a retomada do status sanitário.

A expectativa é de que, com o reconhecimento oficial, países que mantêm embargos totais ou parciais à carne de frango brasileira comecem a revisar suas decisões, embora a liberação não deva ocorrer de forma automática.

Ações de contenção no Rio Grande do Sul

A ocorrência do foco em Montenegro, confirmada em 15 de maio, mobilizou uma força-tarefa estadual e federal para conter a disseminação do vírus H5N1.

O Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul (DDA/Seapi) coordenou uma série de ações rigorosas: barreiras sanitárias abordaram mais de 4 mil veículos, cerca de 2 mil visitas foram feitas a propriedades no raio de 10 km e mais de 540 granjas foram inspecionadas.

Segundo a diretora do DDA, Rosane Collares, a vigilância foi permanente e orientada por dados.