Justiça bloqueia R$ 40 milhões de pecuarista acusado de causar "muralha de fogo" no Pantanal

Família é investigada por uso ilegal de terras da União e criação irregular de gado no bioma

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Justiça bloqueia R$ 40 milhões de pecuarista acusado de causar "muralha de fogo" no Pantanal
20deJunhode2025ás17:01

A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 40,7 milhões em bens do pecuarista Carlos Augusto de Borges Martins, conhecido como Carlinhos Boi, e de três filhos dele.

A decisão, assinada pela juíza federal substituta Sabrina Gressler Borges, atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF) e responsabiliza o grupo por um incêndio de grandes proporções no Pantanal, conhecido como “muralha de fogo”.

O caso ganhou repercussão após as chamas se espalharem na vegetação nativa às margens do Rio Paraguai, na mesma noite do Arraial do Banho de São João — festa junina reconhecida como patrimônio cultural imaterial do Brasil.

Vídeos registraram o fogo avançando do outro lado do rio enquanto a celebração acontecia em Corumbá (MS), em 22 de junho de 2024.

Segundo o MPF, os investigados atearam fogo na vegetação com o objetivo de transformar áreas de floresta nativa em pastagem para criação de gado.

A prática teria destruído 6.550 hectares de vegetação em território brasileiro, atingindo terras públicas da União. O incêndio ainda se estendeu à Bolívia, elevando a área total afetada para mais de 30 mil hectares.