Calor extremo pode acabar com cultivo de alface em campo aberto no Brasil até 2100

Pesquisadores alertam que o avanço das mudanças climáticas pode inviabilizar o plantio tradicional no país

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Calor extremo pode acabar com cultivo de alface em campo aberto no Brasil até 2100
02deSetembrode2025ás15:05

Plantar alface a céu aberto no Brasil tende a ficar cada vez mais difícil ao longo deste século.

Mapas de risco climático elaborados por pesquisadores da Embrapa Hortaliças (DF), com base em projeções do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e em modelos utilizados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), apontam que praticamente todo o território nacional migrará para faixas de risco alto ou muito alto, especialmente no verão.

A pesquisa considerou dois caminhos de emissões de gases de efeito estufa: um otimista (RCP 4.5), com aquecimento global entre 2°C e 3°C até 2100, e outro pessimista (RCP 8.5), com elevação de até 4,3°C e emissões em alta contínua.

Em ambos, o cultivo tradicional da hortaliça perde viabilidade. 

O verão é o ponto crítico, com temperaturas que podem superar 40°C em amplas áreas do País, muito acima do ideal para a cultura, que demanda clima ameno e umidade equilibrada.

“Compreender como as mudanças climáticas podem afetar a produção de alface, em um país tropical como o Brasil, é essencial para desenhar estratégias de adaptação. Isso permite antecipar impactos e evitar prejuízos”, explica o engenheiro-ambiental Carlos Eduardo Pacheco, pesquisador em Mudanças Climáticas Globais da Embrapa.

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