Carne e café lideram pressão do agro por fim do tarifaço após reunião Brasil-EUA
Após encontro entre os países, fortaleceu a esperança entre setores produtivos por redução na tarifa aplicada
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Após a primeira reunião diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos, ocorrida na quinta-feira (16), mediada pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo secretário de Estado norte-americano Marco Rubio, setores produtivos do agro brasileiro reforçaram a esperança de que possa haver, ao menos, redução na tarifa aplicada — hoje de 50% — em produtos considerados estratégicos, como café, carne e frutas.
Em nota conjunta — o que indica sintonia entre os países — foi afirmado que as conversas comerciais “foram muito positivas” e que há o objetivo de agendar um segundo encontro, desta vez com os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump à mesa.
Segundo o chanceler Mauro Vieira, a retomada do diálogo marca um ponto de inflexão após meses de tensão. A estratégia brasileira tem sido isolar a pauta comercial das disputas políticas, para que o debate tarifário siga em nível técnico.
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Além disso, o tema da “isenção setorial” vem ganhando força em discursos de entidades agropecuárias no Brasil. A ideia é que determinados produtos estratégicos possam ser excluídos da sobretaxa, mesmo se não houver um recuo amplo.
Carne e café puxam a pauta de interesse
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec ) acredita que a carne bovina é o item número um da pauta bilateral. Para “ajudar” o Brasil, os Estados Unidos enfrentam o menor rebanho dos últimos 75 anos, resultado de um ciclo de baixa na pecuária.
Já o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafe) defende que as negociações precisam ser conduzidas com “senso de urgência”, já que os EUA são o maior consumidor de café do mundo. A entidade acredita que as atuais rodadas de conversa possam abrir caminho para uma revisão tarifária, em informação divulgada pelo Agro Estadão.