COP30: Carta de Belém propõe quadruplicar biocombustíveis até 2035

Documento defende metas globais mais ambiciosas, expansão do etanol e do biometano e aceleração da descarbonização no transporte

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COP30: Carta de Belém propõe quadruplicar biocombustíveis até 2035
17deNovembrode2025ás16:54

O setor brasileiro de biocombustíveis lançou na COP30 a Carta de Belém, documento que propõe um esforço internacional coordenado para quadruplicar a produção e o uso de combustíveis sustentáveis até 2035, alinhado às recomendações da Agência Internacional de Energia (IEA).

O texto é assinado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Associação Brasileira de Bioenergia (Bioenergia Brasil), Instituto Mobilidade de Baixo Carbono Brasil (Instituto MBCBrasil) e União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), responsável por conduzir sua elaboração.

A proposta parte de um diagnóstico direto: o mundo está atrasado na descarbonização da mobilidade e não cumprirá o Global Stocktake sem combinar eletrificação, combustíveis sustentáveis e novas rotas tecnológicas.

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A carta usa o caso brasileiro como exemplo prático dessa convergência. Após cinco décadas de políticas como o Proálcool e o RenovaBio, o país consolidou uma das matrizes energéticas mais limpas entre grandes economias, com 29% de bioenergia, 20% de outras fontes renováveis e geração de 21.000 GWh de bioeletricidade em 2024, o equivalente a 4% do consumo nacional.

“O etanol é uma tecnologia comprovada, escalável e integrada às cadeias produtivas. O Brasil mostrou que é possível descarbonizar enquanto se gera emprego e competitividade”, afirma Evandro Gussi, presidente da UNICA.

“A Carta de Belém traduz esse aprendizado em diretrizes para que outros países possam avançar com segurança e velocidade.”

Complementaridade entre rotas tecnológicas