Agricultura moderna: integração entre eficiência econômica, responsabilidade social e sustentabilidade ambiental
Conheça as principais características das cinco revoluções da agropecuária, do Agro 1.0 até o Agro 5.0

Em relatório do Ministério da Educação e Pesquisa da Alemanha, de 2013, foi cunhado o termo Indústria 4.0, visando a estabelecer direcionamentos para a indústria alemã em um mundo inteligente e conectado.
A principal característica da Indústria 4.0 é a integração entre os mundos físico, digital e biológico, com base em tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), biologia sintética, sistemas cyber-físicos, engenharia end-to-end e Inteligência Artificial (AI).
Tais tecnologias foram adotadas de forma extensiva a partir dos anos 2000 e passaram a servir de base para as tomadas de decisão em diversos setores, dentre os quais o da agricultura. De forma análoga à Indústria 4.0, portanto, originou-se o termo Agricultura 4.0, também conhecida como Agricultura Digital ou Smart Farms.
Desde a Revolução Agrícola, por volta de 10.000 a.C., a agricultura tem passado por uma série de mudanças significativas, culminando na Agricultura 4.0.
As tecnologias digitais têm revolucionado essa atividade e são, portanto, o propulsor da Agricultura 4.0, sobretudo por meio de elementos como a Internet das Coisas, Big Data, Conectividade ubíqua e Inteligência Artificial, capazes de otimizar as formas de produção no meio rural. Entretanto, mesmo a inovadora Agricultura 4.0 é um fenômeno que está em transição.
Na Agricultura 4.0, as tecnologias e práticas são orientadas à melhoria de resultados produtivos e econômicos, distribuídos entre os atores envolvidos na cadeia.
A agricultura de precisão, os sistemas de gerenciamento de informação e a robótica e automação agrícola, por exemplo, têm entre seus objetivos a minimização do uso de recursos aos níveis estritamente necessários, o mapeamento e gerenciamento de áreas de produção e dos cultivos e a parametrização de rotas de máquinas para redução do tempo de colheita e consumo de combustíveis.
Essas medidas fazem parte de uma estratégia de redução de custos ao produtor e, sobretudo, de aumento da produtividade.
Entretanto, os desafios e demandas globais para a agricultura têm se intensificado e ganhado complexidade, não se restringindo apenas aos aspectos produtivos e econômicos.
A agricultura será responsável por alimentar uma população que alcançará 9 bilhões de pessoas até 2050 e deve cumprir essa tarefa de forma socialmente responsável e ambientalmente sustentável.
Entretanto, a atividade é responsável por cerca de 20% a 30% das emissões de gases do efeito estufa e pela maior parte do consumo de água no mundo.