Venda de sêmen bovino cai 3,4% no primeiro trimestre de 2022
Apesar disso, demanda internacional cresceu 53% na comparação com o mesmo período de 2021
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O mercado brasileiro de reprodução animal registrou queda de 3,4% nas vendas de genética bovina do primeiro trimestre de 2022, segundo levantamento divulgado hoje (dia 2), pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
De acordo com o estudo, nos meses de janeiro a março, foram comercializadas 4,85 milhões de doses de sêmen bovino, número inferior ao mesmo período de 2021, quando 5,02 milhões de doses foram vendidas.
A redução, na avaliação do Cepea, é consequência de estoques de doses acumulados ainda no ano passado, quando muitas propriedades nacionais de cria de corte adiantaram as compras de sêmen para garantir o insumo.
Prova disso é que as vendas no primeiro trimestre de 2021 cresceram 50% em comparação ao mesmo período de 2020.
Demanda internacional, por sua vez, aumentou
O mercado interno continua a ser o principal destino das doses de sêmen de raças bovinas e correspondeu a 95% das vendas. Porém, em 2021, a fatia era de 97%, o que explica crescimento da demanda internacional pela genética do Brasil.
Segundo dados do Cepea/Asbia, o número de doses exportadas em 2022 foi de 230 mil, contra 150 mil do primeiro trimestre de 2021, resultando em um aumento de 53%. Da mesma forma, os envios externos de doses de sêmen de raças leiteiras registram alta na oferta de 75%, frente ao mesmo período de 2021.
Mercado interno
Já no mercado interno, a venda de doses na modalidade prestação de serviços, quando o contrato de coleta e industrialização de doses de sêmen destina-se a inseminação do rebanho do dono do touro, cresceu 8%.
Por sua vez, o segmento de vendas para cliente final, quando as doses são vendidas pelas empresas de genética para outros produtores rurais, registrou queda de 7% entre os primeiros trimestres de 2021 e de 2022, passando de 4,34 milhões de doses para 4,05 milhões.
A diminuição foi observada nos setores de pecuária de corte (recuo de 6%) e de leite (baixa de 10%). E do volume vendido, 73% foi para o mercado de pecuária de corte e 27% para o segmento de sêmen de gado de leite.
Recuperação no segundo trimestre
A expectativa do setor é de recuperação nas vendas de sêmen, a partir do segundo trimestre de 2022, quando existe alta influência da sazonalidade das estações de monta nacionais nas vendas internas.
Além disso, o aumento da emanda externa pela carne brasileira deve manter firme a busca por sêmen, bem como o crescente interesse pela genética nacional.
O levantamento do Cepea utilizou dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial, em relatório setorial do período. A Associação representa, segundo estimativas internas, cerca de 94% do share nacional de vendas de sêmen bovino.