Mapa registra primeiro defensivo biológico para controle do bicudo-do-algodoeiro
Ao todo, decreto publicado nesta sexta-feira, traz 46 registros de defensivos, sendo sete biológicos
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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) registrou hoje (dia 1º), em decreto publicado no Diário Oficial da União, o primeiro defensivo biológico do parasitoide catolaccus grandis para controle do bicudo do algodoeiro, considerada a principal praga do algodão.
Registrado com base na Especificação de Referência (ER) nº 42, o parasitoide apresentou excelentes resultados de controle da praga no campo, após experimentos coordenados pelo pesquisador da Embrapa Algodão, Francisco de Sousa Ramalho.
O defensivo recebe a denominação de produto fitossanitário com uso aprovado para a agricultura orgânica e poderá ser utilizado tanto em cultivos orgânicos quanto em convencionais.
Além dele, o Mapa, através do departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas da Secretaria de Defesa Agropecuária, registrou outros 45 defensivos formulados (ou seja, que já estão disponíveis), incluindo outros seis biológicos. Do total, quatro foram aprovados para uso na agricultura orgânica.
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Estão na lista do biológicos, e considerados produtos de baixo impacto, as misturas de Pseudomonas fluorescens com Pseudomonas chlororaphis e uma Isaria fumosorosea. Para a agricultura orgânica, além do parasitoide do algodão, consta um isolado de Beauveria bassiana, um isolado de Metarhizium anisopliae e um Trichoderma asperellum.
Vale lembrar que o Brasil é referência mundial na utilização de defensivos agrícolas biológicos no campo. Ao todo, são 552 produtos de baixo impacto registrados desde o ano de 2000, sendo 43 deles somente em 2022.
Defensivos químicos
Em relação aos produtos químicos, a principal novidade está nos defensivos formulados à base do fungicida Pidiflumetofen, recomendado para soja, algodão, milho, café e uma série de culturas com suporte fitossanitário insuficiente.
Foram registradas quatro marcas deste fungicida em mistura com difenoconazol e um produto com o ativo isolado.
Também estão incluídos na publicação três fitormônios e um anti-brotante (1,4 Dimetilnaftaleno), aguardado pela indústria de processamento de batata.
Os demais produtos, segundo o Mapa, utilizam ingredientes ativos já registrados anteriormente no país.
O registro de defensivos genéricos é importante para diminuir a concentração do mercado e aumentar a concorrência, o que resulta em um comércio mais justo e em menores custos de produção para a agricultura brasileira.
O Mapa salienta que todos os produtos registrados foram analisados e aprovados pelos órgãos responsáveis pela saúde, meio ambiente e agricultura, de acordo com critérios científicos e alinhados às melhores práticas internacionais.