Fazenda leiteira pode ser carbono negativa

Nível tecnológico de propriedades determina variação de até 300% nas emissões

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A maior parte dos GEE na cadeia leiteira é de metano, vindo da fermentação entérica dos animais. (foto - Daniel Azevedo)

A maior parte dos GEE na cadeia leiteira é de metano, vindo da fermentação entérica dos animais. (foto - Daniel Azevedo)

08deAgostode2022ás11:36

Tecnologias mais sustentáveis na produção leiteira determinam o nível de sustentabilidade de uma propriedade. Quando comparadas emissões de CO2 eq ((GEE transformados em equivalente a dióxido de carbono), por exemplo, os indicadores podem variar em até 300% de uma fazenda para outra ou, inclusive, apontar para modelos “carbono negativos” no setor.

“Algumas ficam em 3 kg/litro, mas buscamos nos aproximar de 0,8kg”, afirma o médico veterinário Luiz Gustavo Pereira, pesquisador da área na Embrapa Gado de Leite.

Segundo ele, a realidade mais comum é de propriedades com emissão por litro de leite entre 1,8 kg de CO2eq e 0,8 CO2eq/litro.

Reduções podem ser obtidas em vários aspectos, com o balanço negativo ou a neutralidade ocorrendo, por exemplo, com o plantio de árvores que sequestram carbono, como já se faz no País.

Embora os laticínios contribuam, a maior parte dos GEE na cadeia leiteira vem da fermentação entérica dos animais através do metano, entre 40% a 60% das emissões dentro da porteira.

Mas também ocorrem pela adubação liberando óxido nitroso e este aliado ao metano no manejo dos dejetos. O dióxido de carbono vem da queima de combustíveis fósseis e insumos que entram na fazenda e já trazem sua pegada de origem.