Retração no consumo derruba preço do leite em agosto
Após valorização de 60,7% no ano, especialistas apontam para "fim do movimento altista"
|Brasil importou 177 milhões de litros em equivalente leite no último mês, 63,8% acima do volume importado em julho/22
O preço do leite captado em julho e pago aos produtores em agosto registrou alta de 11,8% frente ao mês anterior, chegando a R$ 3,57 o litro na “Média Brasil” líquida do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/Usp).
Trata-se de novo recorde da série histórica, iniciada em 2004, de acordo com o Boletim do Leite, divulgado nesta quinta-feira (dia 22).
Com isso, o leite no campo acumula valorização real de 60,7% desde o início de 2022 (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto/22).
A boa notícia, para os consumidores, é que o movimento altista dá sinais de estar no fim.
“Pesquisas ainda em andamento mostram que a “Média Brasil” de setembro (referente à captação de agosto) pode recuar em torno de 50 centavos (o litro)”, diz o Cepea.
Preço caiu, pressionado pela retração no consumo
Com os estoques de derivados limitados nos atacados e a baixa oferta de leite cru no campo entre junho e julho, os preços dispararam ao longo de toda a cadeia.
No entanto, a inflação tem pressionado o poder de compra do consumidor, levando-o a reduzir gastos e deixar de consumir alguns produtos, enfraquecendo a procura.
Assim, houve inversão na tendência de preços no mercado de derivados em agosto, com expressiva queda dos valores negociados no atacado.