USP valida braquiária com alta resistência à seca

Novo híbrido foi resultado de 18 anos de pesquisa e melhoramento genético

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Segundo Embrapa, apenas 20% das áreas de pastagens do País estão em bom estado. (foto - Sistema CNA/Senar)

Segundo Embrapa, apenas 20% das áreas de pastagens do País estão em bom estado. (foto - Sistema CNA/Senar)

10deOutubrode2022ás14:55

Estudo da Universidade de São Paulo colocou à prova a resistência hídrica de um novo material híbrido de braquiária.

Criada em laboratório, a Brachiaria Híbrida Mavuno, como é chamada, vem sendo oferecida aos produtores e pecuaristas brasileiros por ser altamente resistente às secas.

O novo híbrido, proveniente do cruzamento das espécies Brachiaria brizantha x Brachiaria ruziziensis, é o resultado de 18 anos de pesquisa e desenvolvimento genético feitos pela empresa Wolf Sementes, com sede em Ribeirão Preto (SP).

Segundo o pesquisador e aluno de pós-doutorado da USP, o biólogo Eduardo Habermann, o experimento “colocou à prova o novo híbrido” que, apesar de bem aceito no mercado, carecia de estudos fisiológicos.

“Nós resolvemos colocar a espécie em teste e ver de fato o quão resistente ela é e quais mecanismos fisiológicos podem estar associados a isso “, conta Habermann.

A pesquisa foi conduzida pelo grupo de estudos em Ecofisiologia de Plantas Tropicais do Departamento de Biologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP.

Vale lembrar que, apesar de ser originária da África, a braquiária está no Brasil desde 1960, sendo considerada a principal fonte de alimento para os bovinos na produção de carne e leite.  

Como foi feito?

O estudo foi feito com plantio em vasos e não no campo por um curto período simulando épocas de seca.

A experiência consistiu em deixar metade das plantas irrigadas de maneira constante e a outra parte teve o suprimento de água cortado após 30 dias, diminuindo sua umidade, forçando assim um estresse hídrico nessas plantas.

“Por ser no vaso, foi uma condição artificial que levou as plantas a uma seca muito mais rápida e intensa do que normalmente se encontra em um ambiente natural” explica Habermann.