Pesquisa simula impactos do clima em canaviais até 2100

Estudo da Embrapa considera aquecimento global maior preocupação

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Uso de bioenergia com captura e armazenamento de carbono é considerado  estratégia essencial para limitar o aquecimento global. (foto - Embrapa)

Uso de bioenergia com captura e armazenamento de carbono é considerado estratégia essencial para limitar o aquecimento global. (foto - Embrapa)

01deNovembrode2022ás14:57

Altas temperaturas diárias, superiores a 35°C, podem gerar forte impacto negativo na produtividade da cana-de-açúcar.

O cenário deve preocupar produtores, especialmente diante do alerta sobre o aquecimento global, de acordo com estudo da Embrapa divulgado nesta terça-feira (dia 1º).

A pesquisa, que reuniu cientistas do Reino Unido, Alemanha e Brasil, procurou calibrar e avaliar o modelo Joint UK Land Environment (JULES) sobre os impactos do clima na cana-de-açúcar brasileira.

Para tanto, foram realizados 11 experimentos de campo em todo o País, totalizando 25 safras, que tornaram possível compilar dados diferentes sobre condições de clima e solo, além de reunir informações de carbono e medições de biomassa. 

O pesquisador Osvaldo Cabral, da Embrapa Meio Ambiente, explica que para avaliar o modelo em escalas espaço-temporais maiores foram selecionadas cinco microrregiões onde a cana-de-açúcar é tradicionalmente cultivada.

Duas estão no Sudeste (Piracicaba e Presidente Prudente), duas no Nordeste (Petrolina e Recife) e uma no Centro-Oeste (Jataí).

Ele conta que a seleção foi baseada na disponibilidade de registros de produtividade na base de dados SIDRA, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, para os anos de 1980-2010, além de abranger condições edafoclimáticas contrastantes para testar os modelos. 

A primeiras conclusões revelam que temperaturas diurnas projetadas acima de 35°C diminuem a taxa de assimilação de carbono e que os reflexos não são imediatos.