Chuvas de granizo “nunca vistas” destroem lavouras em Minas Gerais
Imagens impressionantes revelam destruição e desespero de produtores
A Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas vai mobilizar outras entidades e o poder público para reconhecer o estado de calamidade na região. (foto - Senar)
Chuvas de granizo de grande escala atingiram dezenas de cidades e milhares de hectares de plantações no sudoeste de Minas Gerais entre segunda e terça-feira (dias 7 e 8) e provocaram muitos prejuízos a agricultores, em alguns casos, até perda total das lavouras.
O fenômeno deixou imagens impressionantes e tristeza a centenas de produtores. A Associação dos Cafeicultores do Sudoeste de Minas Gerais, que abrange 21 municípios, por exemplo, já pleiteia declarar estado de calamidade, dada à dimensão dos estragos.
Há cerca de um mês, a região já havia sido castigada por um tornado e granizo que também provocaram perdas agrícolas e estruturais. Segundo o técnico de campo do Senar de Minas Gerais, Antonio Sérgio Souza, a ocorrência de granizo em novembro é “totalmente atípica”.
“Estamos vivendo o ano do nunca visto. Eu nunca havia presenciado chuvas de granizo com essa intensidade, ainda mais em novembro. Temos relatos de destruição completa de lavouras de café em várias cidades, desde o Cerrado Mineiro até o Sul do Estado”, conta.
Antonio, que também é engenheiro agrônomo, explica que as pedras chegaram a ter tamanho de laranjas e chegaram a cobrir, como se fossem neve, talhões inteiros das propriedades. No caso da cafeicultura, as pedras de granizo destroem as árvores de café e impedem o desenvolvimento normal da planta.
“Enviaram vídeos de cafezais novos que ficaram apenas com um talinho em pé. Certamente, o prejuízo foi grande. Além do café, outras culturas na região, como grãos, legumes e verduras, também tiveram prejuízo. Quando a folha é danificada, toda a planta sofre”, diz.