INPI reconhece indicação de procedência da uva niagara de “Jundiahy”

Grafia "original" da palavra foi estratégia dos produtores para contar história na região

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Uva niagara rosada na região completa 90 anos em 2023. (fotos - Mapa)

Uva niagara rosada na região completa 90 anos em 2023. (fotos - Mapa)

05deAbrilde2023ás11:59

Depois de 14 anos, o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) reconheceu nesta terça-feira (dia 4) a Indicação Geográfica (IG) da uva niagara rosada de Jundiahy, na categoria Indicação de Procedência. 

Ao longo do caminho até a conquista, manter a grafia da palavra com as letras “h” e “y” – diferente do nome do munícipio, que é Jundiaí - foi um dos maiores desafios do grupo de produtores, formado também por representantes de outras localidades com Louveira, Itupeva, Jarinu e Itatiba.

Explica-se: entre o final do século 19 e início do século 20, a uva era cultivada numa imensa área de terra que se chamava Jundiahy.

Depois os municípios foram desmembrados, mas a fruta passou a ser conhecida como a ‘uva de Jundiahy’.  No processo de reconhecimento da IG, no início de 2022, o INPI teria solicitado que a grafia fosse trocada por Jundiaí, o que foi descartado pelos produtores.

“Essa grafia com ‘y’ foi o ponto de união dos municípios que produzem a uva atualmente. Eles se reconhecem como membros daquele território, por produzirem a uva niagara rosada, terem colonização parecida e na mesma época, cultivarem no mesmo solo”, conta Francisco José Mitidieri, auditor fiscal do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

Para Mitidieri, que acompanha o processo desde 2014, a conquista é “mais um exemplo de um trabalho que envolve articulação de muitas pessoas que se engajaram, contribuíram e acreditaram durante todos esses anos de prospecção e de sensibilização.”