China dá passo decisivo para assumir a liderança da geopolítica global
Após liderar comércio global, gigante asiático visa consolidar Yuan como moeda de referência
Depois de torar a China o maior parceiro de 130 países, Xi Jinping pode exigir Yuan como moeda de referência para comércio internacional
Uma notícia com certo destaque nos últimos dias foi a oficialização da moeda chinesa, o Yuan, como base para as trocas comerciais entre o Brasil e o gigante asiático.
Contudo, o movimento vai muito além de uma simples mudança de padrão cambial e pode marcar o início do fim (ou seria a consolidação?) da notada liderança dos Estados Unidos como o principal player da geopolítica global.
A estratégia de Pequim vem sendo gestada e colocada em prática ao menos desde a década de 1970. O boom ocorreu a partir dos anos 1990 e, a partir dos anos 2010, a maior parte dos analistas apontava para um inevitável protagonismo da República Popular da China no cenário de comércio internacional.
Desde 2016, o país enfim consolidou-se como o maior agente em termos de corrente de comércio. Em 2022, a superpotência liderada por Xi Jinping acumulou uma corrente de comércio de US$ 6,3 trilhões, enquanto os estadunidenses US$ 5,43 trilhões, segundo dados da Organização Mundial de Comércio (OMC).
Apesar disso, poucos ousaram afirmar que os Estados Unidos pudessem perder a primazia em termos de importância geopolítica dadas às relações consolidadas com todo o Ocidente - da Europa à América do Sul, potências regionais no Oriente Médio e na África e mesmo grandes economias da Ásia.
Mas a China é o principal parceiro comercial de aproximadamente 130 países dos 193 países reconhecidos pela ONU (Organização das Nações Unidas), ou 67,3% do total. Até mesmo o Brasil tem a China como seu principal parceiro comercial, com especial importância para os produtos agropecuários como soja, carne bovina, suína ou de frango, entre outros.