Falas de Lula geram mal-estar e críticas de Estados Unidos e Europa
Presidente brasileiro disse que Ocidente “incentiva a guerra” e cala sobre agressão russa à Ucrânia
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No Palácio do Itamaraty, Lavrov agradeceu o empenho do Brasil para negociar o fim da guerra na Ucrânia. (foto - Sputinik)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva motivou reações críticas de parte dos Estados Unidos e de países da Europa após declarar, durante visita aos Emirados Árabes, que o Ocidente “incentiva a guerra” entre Ucrânia e Rússia.
As falas de Lula somam-se a outros posicionamentos questionáveis como quando afirmou que a responsabilidade pelo conflito armado é dos dois países. Como é de conhecimento, a Ucrania é um país soberano e foi invadido pela Rússia pela segunda vez em cerca de uma década.
As declarações do mandatário brasileiro não foram isolados. Pouco antes de Lula visitar a China na semana passada, o assessor internacional do Governo Federal, Celso Amorim, esteve na Rússia em agenda oficial com o presidente russo Vladimir Putin.
Para completar, o próprio Lula, já de volta ao Brasil, recebeu o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, ontem, para agenda oficial em Brasília.
Esse conjunto de movimentos geopolíticos gerou reações da diplomacia estadunidense e europeia. A Casa Branca, por exemplo, fez críticas duras ao Brasil ontem.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, disse que o Brasil "está papagueando a propaganda russa e chinesa sem observar os fatos em absoluto".
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, afirmou “desconhecer as razões” que motivaram as críticas do diplomata americano e ressaltou que o Brasil tem intenção apenas de promover a paz.
O presidente Lula, inclusive, já declarou mais de uma vez a disposição em criar um “Clube da Paz”, composto por países neutros, a fim de mediar as conversações entre Rússia, Ucrania e o Ocidente.