Moratória da soja: Câmara entra em cena por consenso entre produtores e indústria

Medida prejudica cadeia produtiva de soja e de gado no MT, diz deputada

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Moratória da soja: Câmara entra em cena por consenso entre produtores e indústria
26deAbrilde2024ás12:06

A moratória da soja foi tema de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputado, ontem (dia 25). Visando encontrar solução de consenso entre representantes dos produtores rurais e da indústria de óleos vegetais, a deputada Coronel Fernanda sugeriu a criação de um Grupo de Trabalho (GT).

O encontro do GT está marcado para o dia 10 de maio na sede da  Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) em Cuiabá, Mato Grosso.

De acordo com a deputada, o acordo feito pela indústria de óleos vegetais em 2006 com o Grupo Europeu de Consumidores de Soja está prejudicando a cadeia produtiva de soja e de gado em Mato Grosso, mesmo para aqueles que estão cumprindo as determinações do Código Florestal no que diz respeito à preservação da vegetação nativa.

A parlamentar ressaltou que, embora o princípio da Moratória busque proteger a floresta, acaba por estagnar o desenvolvimento dos municípios, gerando divisões no campo econômico e aumentando a desigualdade social e regional.

“Essa medida ameaça o direito à propriedade e o progresso econômico do país, e afeta diretamente a vida da população dos municípios e dos produtores rurais,” disse ela.

Repercussão

O diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, lembrou que a moratória da soja surgiu em 2006 após pressões da Europa para conter o desmatamento na Amazônia.

Ele teme que eventuais mudanças tenham impacto negativo na credibilidade internacional dos produtores brasileiros e nos preços dos grãos. 

“Foi um esforço de guerra e eu acho que hoje é uma conquista excepcional mais da produção do que nossa (exportadores). Meu único medo é que qualquer providência que a gente for tomar, o preço vai ser um tanto menor”, disse.

“Aberração”

Já a Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja) e a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) se referem à moratória como “aberração” por ser ainda mais restritiva do que o Novo Código Florestal, em vigor desde 2012.