Se só se fala em descarbonização, por que o Cbios parece afundar?

Para especialista, algumas distribuidoras estão apostando contra o Renovabio

Se só se fala em descarbonização, por que o Cbios parece afundar?
12deJunhode2024ás16:28

A recente decisão do Governo Federal de integrar à meta de descarbonização de 2024 o volume total de Créditos de Descarbonização (CBios) não entregues em 2023 deveria fortalecer o mercado de carbono no Brasil.

Afinal, cada Cbios comprado representaria uma tonelada de carbono equivalente que deixou de ser emitida para a atmosfera ao estimular um combustível renovável em lugar de um fóssil.

No entanto, o aumento de 20% (elevando a meta de 38,8 milhões para 46,4 milhões de CBios) escancara justamente o contrário: o crescente problema da “inadimplência” entre as distribuidoras.

Ou seja, cada vez mais distribuidoras de combustíveis fósseis descumprem a meta, o que gera pessimismo entre os participantes do setor.

É sintomático já que esse incremento de 7,6 milhões de CBios resulta de uma taxa de cumprimento de apenas 81% da meta de 2023, de acordo com relatório do Itaú “Monitoramento RenovaBio” de junho deste ano.

O percentual é consideravelmente inferior aos 90% alcançados em 2022, e ainda pior que os índices de 2020 e 2021 que alcançaram, respectivamente, 98% e 97% logo nos primeiros dois anos do programa.

Segundo o relatório, a redução do índice de cumprimento, combinado com a aplicação de multas pequenas e a ausência de penalidades mais severas, têm desestimulado o comprometimento com as metas de descarbonização e derrubado os preços do Cbios.