Depois do Enem, questão do Concurso Unificado gera nova revolta no agro
Pergunta relacionou o agronegócio à exploração predatória da terra
|No ano passado, três questões aplicadas na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) provocaram protestos do agronegócio brasileiro.
Agora é a vez de do Concurso Nacional Unificado (CNU), o “Enem dos Concursos”, causar revolta no setor. A polêmica da vez aconteceu na questão 7 da prova, aplicada no último fim de semana.
O enunciado fez uma indagação sobre terras indígenas, porém relacionou o agro à exploração predatória da terra.
Assim como aconteceu no ano passado, o setor acusa a prova de "desinformação” e afirma que a pergunta foi mal formulada, além de ser prejudicial a imagem do agronegócio.
“O enunciado parte de uma visão deturpada que não condiz com o pensamento do setor. O agronegócio brasileiro é responsável, inovador e comprometido com a sustentabilidade”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agro (ABMRA), Ricardo Nicodemos, em entrevista ao Canal Rural.
Pesquisa apontou
No ano passado, a Associação De Olho no Material Escolar à Fundação Instituto de Administração (FIA) realizou uma pesquisa que apontou que os conteúdos dos materiais didáticos utilizados nas escolas têm 60% mais citações negativas do que positivas quando abordam o agronegócio. Além disso, apenas 3,7% das fontes citadas têm embasamento científico.
“Precisamos unir o setor e trabalhar para levar o conhecimento real à sociedade urbana”, declarou Nicodemos, citando a pesquisa.
Ele ainda apontou que a relação entre indígenas e o agronegócio mostrada no concurso é equivocada. “Os indígenas fazem parte do agronegócio Hoje, temos índios que sobrevivem no setor, produzindo café e cacau de excelente qualidade e o setor os acolhe muito bem”, disse.