“2024 é um ano complexo, ainda assim ganhamos market share”, diz presidente da Bayer
Para ele, perspectivas para safra 2024/2025 inspiram "otimismo cauteloso"
O presidente da Bayer Crop Science na América Latina, Maurício Rodrigues, avalia os resultados financeiros negativos obtidos até setembro de 2024 com outros olhos.
Apesar da queda de 12,3% nas vendas reportadas em relação ao mesmo período de 2023, ele garante que a unidade agrícola da gigante alemã ganhou market share no continente e a redução é circunstancial para toda a indústria do segmento.
De forma geral, a diminuição nas vendas foi influenciada principalmente pela menor área plantada de milho e menores vendas de herbicidas à base de glifosato.
Por outro lado, a unidade de negócios agrícolas da Bayer cresceu em inseticidas e sementes, impulsionada por volumes e preços mais altos na região.
Até por isso, a Bayer Crop Science seguirá com foco em inovação tecnológica e sustentabilidade com uma visão de médio e longo prazo com vistas a melhorias já na safra 2024/2025 para a região.
Em entrevista exclusiva ao Agrofy News, ele também destacou o papel da empresa em promover práticas regenerativas, metas de redução de carbono e avanços em biotecnologia, entre outros tópicos.
Confira a seguir:
Em termos de resultados financeiros, como a Bayer tem enfrentado os desafios de 2024. O que explica a redução?
Eu posso dizer com base na divulgação pública de ontem (semana passada) que, sem dúvida, é um ano complexo para agricultura globalmente, mais apertado e de preços de commodities ainda baixos.
Tem-se visto na indústria em todos os competidores uma pressão maior por resultados nesse ano e acredito, na verdade, que a gente vem se saindo muito bem. Estamos focando naquilo que a gente tem sob nosso controle.
Nós implementamos um modelo operacional de maneira muito positiva, continuamos trabalhando no desenvolvimento de novos produtos e ganhamos market share em muitas das regiões, inclusive na América Latina.
Mas sem dúvida é um ano mais pressionado tanto por uma questão climática, como com relação ao preço das commodities. Então eu diria que não há nada destoante, muito pelo contrário. Os números falam bastante.