Bactéria da Caatinga vira bioinsumo contra a seca e aumenta produtividade no campo
Tecnologia brasileira usa microrganismo do semiárido para melhorar o desempenho de lavouras e será apresentada na COP30
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Uma bactéria isolada de solos áridos do Ceará deu origem a uma nova tecnologia que promete fortalecer o desempenho das lavouras frente à escassez de água.
Desenvolvido pela Embrapa Milho e Sorgo (MG) em parceria com a empresa Bioma, o inoculante, batizado de Hydratus, já tem registro no Ministério da Agricultura e Pecuária para uso na cultura da soja. Testes também estão em andamento para aplicação em outras lavouras.
A base do produto é a Bacillus subtilis, uma bactéria isolada da Caatinga. O microrganismo demonstrou, em estudos de campo, capacidade de aumentar a produtividade em até 7,7 sacas por hectare no milho e 4,8 sacas por hectare na soja.
Além disso, promove o desenvolvimento de raízes mais profundas, melhora a absorção de nutrientes e amplia a tolerância ao estresse hídrico, o que contribui para lavouras mais resistentes em períodos de seca ou com chuvas irregulares.
O Hydratus é produzido com alta concentração de células de B. subtilis e agentes que prolongam sua vida útil no solo e na prateleira.
Nos ensaios laboratoriais, o microrganismo se destacou pela produção de fitohormônios que aumentam o tamanho das raízes, um mecanismo essencial para a adaptação das plantas à seca.