Mercosul-UE: Lula chama acordo de "moderno e equilibrado"; Milei diz que bloco é "uma prisão"
Apex prevê aumento de US$ 7 bi nas exportações brasileiras para União Europeia
|Mercosul e União Europeia conclu´riam negociações do acordo comercial hoje no Uruguai. (Foto: Ricardo Stuckert / PR)
Após 25 anos de negociações, Mercosul e União Europeia oficializaram, nesta sexta-feira (6), o maior acordo comercial bilateral do mundo.
O anúncio ocorreu durante a 65ª Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, Uruguai, com a presença de líderes dos blocos, incluindo os presidentes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o acordo é "bem diferente" do negociado em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, que não chegou a ser concluído.
"As condições que herdamos eram inaceitáveis. Foi preciso incorporar ao acordo temas de alta relevância para o Mercosul. Conseguimos preservar nossos interesses em compras governamentais, o que nos permitirá implementar políticas públicas em áreas como saúde, agricultura familiar e ciência e tecnologia", afirmou.
O acordo ainda precisa ser ratificado internamente por cada país-membro. Lula comemorou o desfecho das negociações, ressaltando os benefícios econômicos e ambientais.
"Temos hoje um texto moderno e equilibrado, que reconhece as credenciais ambientais do Mercosul e reforça nosso compromisso com os Acordos de Paris. A realidade global mostra que a integração fortalece nossas sociedades, moderniza estruturas produtivas e promove nossa inserção competitiva no mundo", disse.
O acordo criará uma das maiores áreas de livre comércio do planeta, abrangendo mais de 700 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 22 bilhões.
"Momento histórico", celebra Von der Leyen
Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, classificou o acordo como um marco político e econômico.
"Estamos enviando uma mensagem poderosa ao mundo: as democracias podem se apoiar mutuamente. Este é um acordo ganha-ganha, que beneficia consumidores e empresas de ambos os lados, preservando nossos altos padrões em saúde e alimentos", afirmou.