Após crescer 9%, piscicultura está prestes a fisgar 1 milhão de toneladas
Tilápia foi o grande motor do setor e produção bateu um novo recorde em 2024

Paraná se manteve como o maior produtor de peixes de cultivo do Brasil, atingindo 250.315 toneladas em 2024. (Foto : Jonathan Campos / AEN)
A piscicultura brasileira segue em expansão e, em 2024, a produção de peixes de cultivo atingiu 968.745 toneladas, um crescimento de 9,21% em relação ao ano anterior (887.029 t). O desempenho reforça a solidez do setor, mesmo diante de oscilações de mercado.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (26) pela Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), responsável pelo levantamento anual da produção nacional.
“O ano foi marcado pela instabilidade nos preços da tilápia, nossa principal espécie. Ainda assim, a atividade superou desafios e acelerou o crescimento, ficando muito próxima de 1 milhão de toneladas”, destaca Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR.
Mesmo com cotações instáveis ao longo do ano, especialmente no segundo semestre, a tilápia foi o grande motor da piscicultura em 2024, totalizando 662.230 toneladas — um avanço expressivo de 14,36% em relação a 2023 (579.080 t).
Por outro lado, os peixes nativos registraram nova queda na produção, reflexo da menor oferta na região amazônica.
O segmento fechou 2024 com 258.705 toneladas, uma retração de 1,81% frente ao volume de 2023 (263.479 t). A menor disponibilidade, no entanto, ajudou a recuperar os preços pagos ao produtor.
Já a categoria "outras espécies" apresentou crescimento, somando 47.810 toneladas, um aumento de 7,5% sobre o ano anterior (44.470 t).
Apesar da oscilação no mercado, o setor fechou 2024 com saldo positivo, impulsionado pelo aumento do consumo interno e pelo crescimento da produção em diversos estados.
Tilápia atinge maior participação na história da piscicultura brasileira
A produção de tilápia bateu um novo recorde em 2024, consolidando-se como a espécie mais representativa da piscicultura nacional. Com 662.230 toneladas, o peixe agora responde por 68,36% da produção total do setor — um aumento em relação aos 65,3% de 2023.
“O ciclo de produção da tilápia começa com o alojamento dos alevinos. Ainda em 2023, os produtores aproveitaram um momento favorável e ampliaram a oferta, o que resultou nessa produção recorde”, explica Francisco Medeiros.