Aprosoja acusa Cargill de descumprir Moratória da Soja por desmatamento na Amazônia
Produtores criticam critérios de restrição no comércio agrícola
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A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) acusou a Cargill, uma das signatárias da Moratória da Soja, de desmatar vegetação nativa em 2022, em uma área de preservação permanente no Rio Madeira, na Amazônia.
Em nota divulgada nesta segunda-feira (10), a entidade afirma que recebeu denúncias de que a trading teria realizado desmatamento em vegetação nativa após 2008. Após apuração, a Aprosoja diz ter confirmado a veracidade das informações.
Embora a ação tenha ocorrido dentro dos parâmetros legais, a Aprosoja argumenta que o episódio expõe contradições na aplicação da Moratória da Soja, que impõe restrições a produtores rurais, mas não impede que grandes empresas operem mesmo após conversões de áreas.
A Aprosoja sustenta que, seguindo a lógica da própria Moratória, a Cargill teria incorrido em degradação ambiental e, por isso, deveria estar impedida de atuar no mercado internacional.
"A situação evidencia uma discrepância na aplicação dos critérios da Moratória da Soja, uma vez que áreas legalmente convertidas por produtores rurais são impedidas de comercializar sua produção, enquanto grandes empresas signatárias do acordo seguem operando sem restrições semelhantes", diz a entidade em nota.