Brasil pode gerar US$ 7,28 bilhões por ano com créditos de carbono na agropecuária
Pesquisa da Embrapa apontou que produtor rural deveria receber US$ 11,45 por tonelada do carbono
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A agropecuária brasileira tem potencial para gerar US$ 7,28 bilhões por ano em créditos de carbono, caso reduza suas emissões de gases de efeito estufa (GEE).
O cálculo foi feito após um estudo feito pela Embrapa Territorial (SP), com base em estudos científicos internacionais.
Segundo a pesquisa, o preço das emissões de carbono no setor agropecuário brasileiro foi estimado em US$ 11,54 por tonelada de CO₂ equivalente (tCO₂e).
Dados do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) indicam que, em 2023, a agropecuária brasileira emitiu 631,2 milhões de toneladas de CO₂ equivalente, um aumento de 2,2% em relação a 2022.
Aplicando-se o valor estimado pela Embrapa, o custo total dessas emissões alcançaria US$ 7,28 bilhões.
No entanto, esse montante representa um potencial econômico, e não um valor automaticamente gerado.
Para que esses créditos sejam monetizados, é necessário reduzir as emissões ou compensá-las por meio de práticas sustentáveis, como, por exemplo recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, uso mais eficiente de fertilizantes nitrogenados e adoção de métodos regenerativos e reflorestamento.
Sem redução certificada das emissões ou captura de carbono da atmosfera, não há créditos gerados, apenas uma referência de valor caso essas ações sejam implementadas.
Estudo da Embrapa e precificação do carbono