Já bilionária, industrialização do milho no Brasil está só no começo, diz Abramilho
Setor cobra infraestrutura para agregar valor e ampliar ainda mais o uso industrial do cereal

Paulo Bertolini, presidente da entidade, destacou que o milho pode ser matéria-prima para mais de 700 produtos industriais. (Foto - Divulgação)
A cadeia produtiva do milho no Brasil está prestes a entrar em uma nova fase, com potencial para transformar o cereal em motor de inovação, valor agregado e sustentabilidade.
O setor já vive um momento de expansão impulsionado pela produção de etanol, mas, segundo o presidente da Abramilho, Paulo Bertolini, o país ainda está apenas “na pontinha do iceberg”.
A declaração foi feita durante a abertura do 3º Congresso da Abramilho, realizado nesta quarta-feira (14), em Brasília.
“Estamos na pontinha do iceberg”, disse Bertolini ao se referir às possibilidades de uso do milho em segmentos de alto valor agregado e ao futuro ainda mais promissor do grão.
O dirigente destacou que o milho pode ser matéria-prima para mais de 700 produtos industriais, incluindo aminoácidos, cosméticos, fármacos, plásticos biodegradáveis e amido para papel, entre outros.
“A gente tem muito ainda para explorar. O Brasil está só começando esse processo de transformação”, reforçou ele em entrevista ao Agrofy News.
A industrialização, no entanto, esbarra em gargalos estruturais. Para Bertolini, o país precisa garantir estabilidade na oferta e condições logísticas adequadas para que indústrias se instalem com segurança.
“O desafio não é produzir mais milho — nisso, o Brasil já é protagonista. O desafio é ter onde guardar esse milho e dar previsibilidade para quem quer transformar o grão em riqueza aqui dentro”, afirmou.