CNA faz alerta: crédito rural pode ficar mais caro na próxima safra
Entidades do agro cobram medidas urgentes para ampliar o crédito, garantir previsibilidade e fortalecer a gestão de riscos
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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que o crédito rural poderá se tornar mais caro na próxima safra, pressionado pelo atual cenário econômico, com alta da inflação, aumento das incertezas fiscais e crescimento do endividamento público.
O alerta foi feito pelo assessor técnico da CNA, Guilherme Rios, em audiência pública no Senado Federal , ao destacar a preocupação dos produtores com as taxas de juros para financiar a produção no ciclo 2025/2026.
“Com a alta da inflação e o aumento das incertezas fiscais e do endividamento público, chegamos, agora em maio, a uma taxa Selic de 14,75% ao ano. E isso tem trazido grande preocupações aos produtores, no acesso ao crédito privado e principalmente no crédito subvencionado”, afirmou.
Segundo Rios, o orçamento das Operações Oficiais de Crédito (OOC) para custeio e investimento em 2025 é de R$ 14 bilhões. Apesar de superior ao volume do ano anterior, ele ainda é considerado insuficiente para atender à demanda total do setor.
“Com base nos dados do projeto Campo Futuro, estimamos que o agronegócio brasileiro necessite anualmente de cerca de R$ 1,2 trilhão em recursos”, disse.
Atualmente, a composição do financiamento agropecuário é formada por fontes privadas (42%), recursos próprios dos produtores (25%) e o Plano Safra (33%).
Durante a audiência, o assessor da CNA apresentou também um panorama do último Plano Agrícola e Pecuário. Dos R$ 475 bilhões anunciados para a safra 2024/2025, apenas R$ 304 bilhões foram efetivamente contratados — o que representa 64% do total.