Queda nos preços de alimentos freia inflação em junho, mas IPCA estoura meta
Arroz, ovo e frutas puxam primeira deflação do grupo em nove meses
|
A inflação oficial do Brasil fechou o mês de junho em 0,24%, levemente abaixo da taxa de 0,26% registrada em maio.
O dado é do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apesar do recuo na margem, o resultado confirma o primeiro estouro da nova meta contínua de inflação. O acumulado em 12 meses chegou a 5,35%, ultrapassando o teto de 4,5% estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Desde que o novo sistema entrou em vigor, em janeiro de 2025, é considerado descumprimento da meta quando o índice fica fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos — o que se confirmou de janeiro a junho.
No acumulado do ano, o IPCA soma alta de 2,99%. Em junho de 2024, a variação havia sido de 0,21%.
Alimentos caem após nove meses de altas
O grupo Alimentação e bebidas caiu 0,18% em junho — a primeira queda em nove meses — e contribuiu com -0,04 ponto percentual na taxa geral. O recuo foi puxado principalmente pela alimentação no domicílio, que passou de 0,02% em maio para -0,43% no mês.
Itens básicos registraram quedas relevantes:
-
Ovo de galinha: -6,58%
-
Arroz: -3,23%
-
Frutas: -2,22%
Por outro lado, o tomate teve alta de 3,25%.
A alimentação fora do domicílio, segundo o IBGE, também desacelerou, com alta de 0,46% em junho, frente aos 0,58% de maio. O lanche passou de 0,51% para 0,58%, e a refeição caiu de 0,64% para 0,41%.