Alckmin lidera ofensiva ao tarifaço dos EUA e diz que governo buscará acordo antes do prazo

Agronegócio teme perda de safras e apoia negociação do governo com EUA

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Alckmin lidera ofensiva ao tarifaço dos EUA e diz que governo buscará acordo antes do prazo
16deJulhode2025ás09:54

tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros mobilizou uma intensa agenda de reuniões em Brasília, liderada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin.

Nesta terça-feira (15), Alckmin comandou dois encontros com representantes dos setores industrial e agropecuário. Acompanhado por ministros e secretários, o vice-presidente ouviu diagnósticos das áreas afetadas pela decisão do governo norte-americano e reforçou o compromisso do Brasil com o diálogo.

Empresários presentes manifestaram confiança na condução das negociações por parte do governo federal e defenderam que eventuais medidas de retaliação sejam evitadas. Os setores industrial e agropecuário já relatam prejuízos decorrentes do impacto da medida.

Algumas entidades sugeriram que o Brasil solicite o adiamento da entrada em vigor das tarifas, prevista para 1º de agosto, como forma de ganhar tempo para negociação.

“A reunião [com o setor produtivo] foi muito proveitosa. Ouvimos todos os setores com maior fluxo de comércio com os Estados Unidos — desde aviação, aço, alumínio, máquinas, têxteis, calçados, papel e celulose. O que vimos foi um alinhamento em torno da negociação. Eu trouxe a mensagem do presidente Lula de empenho para rever esta situação”, afirmou Alckmin.

“De janeiro a junho deste ano, as exportações do Brasil para os Estados Unidos aumentaram 4,37% e dos Estados Unidos para o Brasil aumentaram 11,48%. Momento em que é recorde a exportação dos Estados Unidos para o Brasil, quase três vezes mais do que a nossa exportação, estaremos unidos para reverter essa decisão", completou.

Segundo o vice-presidente, o setor produtivo se comprometeu a buscar diálogo com seus parceiros nos EUA — compradores, fornecedores e empresas — como forma de demonstrar os prejuízos bilaterais da medida.

"É uma relação importante que repercute também nos Estados Unidos, podendo encarecer produtos e encarecer a economia americana. É uma oportunidade, inclusive, para abrirmos espaço para novos acordos comerciais", afirmou.

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