Café e carne: setores tarifados por Trump pedem diálogo e pressionam por acordo de isenção
Além disso, exportadores de manga, uva e açaí também temem impactos nas vendas com a nova tarifa
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na quarta-feira (30) o decreto que impõe tarifa de 50% sobre uma ampla lista de produtos brasileiros.
Mesmo poupando itens estratégicos, como suco de laranja, celulose, aeronaves civis e fertilizantes, a medida afeta fortemente setores relevantes da pauta exportadora.
Entre os produtos que ficaram fora da lista de exceções estão café, carne bovina e frutas, três dos principais itens vendidos pelo Brasil ao mercado norte-americano.
A nova alíquota entra em vigor em 6 de agosto e será aplicada sobre mercadorias registradas para consumo a partir das 12h01 (horário de verão do leste dos EUA), com exceções previstas no próprio decreto.
Café
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) defende a inclusão do café na lista de exceções da tarifa de 50% anunciada pelo presidente Donald Trump.
A Ordem Executiva assinada nesta quarta-feira (30) prevê a tributação do produto e traz cerca de 700 exceções.
“O ato implicará elevação desmedida de preços e inflação, uma vez que esses tributos serão repassados à população americana no ato da compra”, diz o comunicado assinado pelo presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé, Márcio Ferreira, e pelo diretor-geral da entidade, Marcos Matos.
A entidade informou que seguirá em tratativas com organizações norte-americanas, como a National Coffee Association (NCA), para tentar retirar o produto da taxação. Segundo o Cecafé, o Brasil é o principal fornecedor de café para os EUA, respondendo por mais de 30% do mercado local e por 16% das exportações totais brasileiras do grão.
“O café também é de suma relevância aos Estados Unidos, haja vista que 76% do povo norte-americano consome a bebida; a população gasta cerca de US$ 110 bilhões em café e itens relacionados (US$ 301 milhões por dia) ao ano”, destaca a nota.
A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) também alertou para o impacto da medida sobre a comunidade global do café especial, com prejuízos diretos ao Brasil.