Alckmin viaja ao México para ampliar comércio e enfrentar impacto do tarifaço dos EUA

Vice-presidente busca abrir novos mercados em setores como agro, energia e biocombustíveis

|
O México é um dos principais compradores de carne brasileira e vem ampliando a aquisição de outros produtos (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O México é um dos principais compradores de carne brasileira e vem ampliando a aquisição de outros produtos (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

25deAgostode2025ás09:16

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou neste sábado (23) que sua viagem ao México, marcada para terça-feira (27) e quarta-feira (28), terá como foco ampliar o comércio bilateral em setores estratégicos como biocombustíveis, energia, combustível sustentável de aviação (SAF), agroindústria, saúde e facilitação de vistos.

“Estou indo terça-feira para o México. Nós temos uma corrente de comércio significativa: no ano passado, exportamos R$ 7,8 bilhões para eles, e eles exportaram R$ 5,8 bilhões para nós. Podemos fazer crescer essa corrente de comércio”, afirmou Alckmin, em entrevista coletiva durante visita a uma concessionária em São Paulo.

Segundo o vice-presidente, a implementação de um visto eletrônico para cidadãos dos dois países também está na pauta. “Para mexicanos entrarem no Brasil, poderão obter visto eletrônico, e nós também lá. Enfim, fortalecer a corrente de comércio, que gera emprego e renda”, disse.

Contexto: tarifaço de Trump 

A missão ocorre em meio ao impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos  sobre produtos brasileiros, com alíquota extra de 50% que atinge 3,3% das exportações nacionais.

Alckmin ressaltou que, embora os EUA representem hoje 12% das vendas externas brasileiras — contra 24% nos anos 1980 —, setores como máquinas, calçados e têxteis sentem mais os efeitos da medida. 

“Indústria de máquinas, equipamentos, calçados e têxtil. Esses são os que sofrem mais. Porque comida, [como] carne, se eu não vendi lá, eu vou ter outros mercados. Não vai cair o mundo. Café, se eu não vendi lá, vou vender em outro lugar. Agora, produto manufaturado é mais difícil de você realocar. Acaba realocando, mas demora um pouco mais”, observou.