Setor sucroalcooleiro apoia Operação Carbono Oculto; Ribeirão Preto era núcleo financeiro do PCC

Megaoperação revelou compra de usinas e redes de combustíveis pelo crime organizado; R$ 7,6 bi foram sonegados

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Setor sucroalcooleiro apoia Operação Carbono Oculto; Ribeirão Preto era núcleo financeiro do PCC
28deAgostode2025ás14:14

O setor sucroalcooleiro e de combustíveis declarou apoio à Operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira (28) contra um esquema bilionário do Primeiro Comando da Capital (PCC).

A megaoperação revelou, entre outros pontos, que o núcleo financeiro da facção estava concentrado em Ribeirão Preto (SP), um dos principais polos do setor, onde recursos ilícitos foram usados na compra de usinas, distribuidoras e fazendas.

Entidades representantes de produtores de etanol e de empresas de distribuição de combustíveis

Entidades que representam produtores de etanol e distribuidoras de combustíveis — Bioenergia Brasil, Instituto Combustível Legal (ICL), Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) e União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) — declararam apoio irrestrito às autoridades.

“As entidades parabenizam, em especial, o Governo de São Paulo, o Ministério Público, as Polícias Federal, Civil e Militar, a Receita Federal e a Secretaria da Fazenda pela firme atuação na defesa da legalidade, da livre concorrência e da sociedade brasileira”, afirmaram em nota conjunta.

Para as representações do setor, o combate às fraudes protege consumidores, assegura arrecadação de tributos, fortalece a confiança de investidores e garante um ambiente de negócios transparente.

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Núcleo em Ribeirão Preto

Segundo a Receita Federal, o núcleo financeiro do esquema estava concentrado em Ribeirão Preto, polo do setor sucroenergético. Na região, foram cumpridos 32 mandados contra 25 empresas e sete pessoas físicas, envolvendo usinas, postos e uma financeira. Documentos e computadores foram apreendidos, mas não houve prisões.

As investigações apontam que o grupo criminoso recebeu recursos de distribuidoras e postos, “blindou” o dinheiro em fundos de investimento e adquiriu imóveis, participações societárias e fazendas. Quatro usinas foram compradas por fundos ligados à facção, enquanto outras duas estavam em negociação.