O produtor enterra dinheiro na terra e sem seguro todo o risco é dele, diz Tirso Meirelles

Em entrevista exclusiva, o presidente da Faesp alerta para o risco climático crescente, comenta juros elevados e detalha os novos centros de excelência em SP

Para Tirso Meirelles, o produtor brasileiro segue arcando sozinho com riscos que o governo deveria compartilhar

Para Tirso Meirelles, o produtor brasileiro segue arcando sozinho com riscos que o governo deveria compartilhar

05deDezembrode2025ás09:00

“O produtor pega o dinheiro e enterra na terra. Se chover pouco ou demais, perde. Sem seguro, é impraticável”, disse Tirso Meirelles, presidente do Sistema FAESP/Senar-SP, ao avaliar o ciclo de 2025 para o agro paulista e brasileiro. 

A frase, repetida por ele ao longo da conversa com o Agrofy News durante o 6º Encontro Nacional das Mulheres Cooperativistas (Enmcoop), em Itupeva (SP), sintetiza a atenção total que o setor precisa ter diante de um cenário que combina clima imprevisível, juros elevados, custos crescentes e falta de proteção adequada ao produtor.

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Tirso afirma que 2025 tem sido “um ano muito complexo”, especialmente após a taxação de 50% imposta pelos Estados Unidos, que, segundo ele, gerou uma perda de 5 bilhões de dólares e desmontou parte do mercado exportador.

“Perdemos mercado, mas mostramos resiliência e abrimos novos destinos, como México e Argentina”, disse, ao criticar a falta de habilidade diplomática do governo brasileiro no episódio.

No campo doméstico, o presidente da FAESP não suaviza o diagnóstico.

“O arcabouço fiscal não está funcionando e a taxa de juros é muito elevada”, afirmou.