Café perde espaço e carne respira: agro reage à suspensão limitada de tarifas nos EUA
Washington reduziu impostos para alguns produtos, mas manteve sobretaxa de 40% sobre itens-chave do Brasil
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Produtos como madeira e mel, por exemplo, seguem fortemente impactados.
Um misto de otimismo e de decepção. Foi assim que as entidades do agronegócio impactadas pelo tarifaço americano se manifestaram após Washington anunciar, na noite de sexta-feira (14), a suspensão de tarifas para alguns produtos importados, como café, carne e frutas tropicais, como açaí e manga.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu a taxa global de 10% para uma lista com mais de 200 itens, mas manteve, até o momento, os 40% adicionais aplicados em agosto.
Entidades do agronegócio vêm reagindo com algum otimismo, embora defendam cautela para avaliar os efeitos práticos da medida.
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Já os exportadores de café são categóricos em afirmar que a situação piorou ainda mais.
Amargou de vez
“Melhorou para os nossos concorrentes e piorou para o Brasil”, disse o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcos Matos, em entrevista ao G1.
“Se ficar essa tarifa, nossa condição continua proibitiva, não muda nada pra gente”, afirmou.

O café brasileiro vinha sendo taxado em 50%. Com o anúncio de sexta, a tarifa caiu para 40%, mas grandes concorrentes — como Colômbia e Vietnã — tiveram a taxa zerada, explicou Matos.
O Cecafé declarou ainda que segue “analisando cuidadosamente” a ordem executiva americana para entender se a isenção se aplica à tarifa base de 10%, à sobretaxa adicional de 40% (prevista no Artigo 301) — ou a ambas.
Com o tarifaço, as importações americanas de café brasileiro caíram pela metade (51,5%) entre agosto e outubro. A entidade também ressaltou que já manteve diálogos com seus pares norte-americanos para compreender o novo cenário e ajustar a estratégia comercial.