Setor canavieiro vê “ataque” do governo ao RenovaBio

Usinas demonstram preocupação com mudanças na política de biocombustíveis

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Para especialistas, governo arrisca descarbonização da matriz energética por fins eleitorais.

Para especialistas, governo arrisca descarbonização da matriz energética por fins eleitorais.

28deJulhode2022ás14:56

Representantes do setor sucroenergético mostraram preocupação com possíveis mudanças na Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) e no mercado de créditos de descarbonização (CBios) projetadas pelo governo federal.

Uma apresentação feita pelo Ministério de Minas e Energia nesta quarta-feira em Brasília, em evento fechado, foi recebida como "novos ataques" ao programa por especialistas no tema.

O sentimento de quem participou da formulação do RenovaBio é de que se abandonou o foco na descarbonização da matriz energética brasileira e nos benefícios socioeconômicos e ambientais dos biocombustíveis. A atenção agora está voltada ao preço final dos combustíveis e o impacto da política sobre as contas das distribuidoras, avaliou uma fonte.

A apresentação feita no evento "Iniciativa Mercado" diz que os desafios do RenovaBio para o MME são a "ausência de regulação das operações financeiras, com risco de infração à ordem econômica, a imprevisibilidade de custos aos distribuidores e o impacto no preço dos combustíveis".

A Pasta também elencou o "risco de especulação na venda e na compra, pelo emissor e pela parte obrigada, a diminuição da oferta de CBios, a capacidade de emissão de CBios para os próximos anos e a infungibilidade dos CBios com outros mercados".