Carne cultivada em laboratórios é mais sustentável?

Estudo indica que modelo emite até 25 mais gases de efeito estufa

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O potencial de aquecimento global da carne cultivada é entre quatro e 25 vezes maior que o da carne bovina, diz estudo. (foto -

O potencial de aquecimento global da carne cultivada é entre quatro e 25 vezes maior que o da carne bovina, diz estudo. (foto -

18deMaiode2023ás11:44

Pesquisadores da Universidade da Califórnia demonstram que o ciclo de produção de proteína animal a partir de células cultivadas em laboratórios pode liberar entre 4 e 25 vezes mais gases de efeito estufa na atmosfera.

Atualmente, a carne à base de células animais representa apenas em uma escala ínfima da produção mundial de proteína animal cultivada por ainda ser muito cara. Contudo, existe a tendência de aumento, de certa forma, justamente sob argumentos como o da sustentabilidade.

Segundo os autores do estudo "Impactos ambientais da carne cultivada: uma avaliação do ciclo de vida", “(bilhões de) dólares de investimento foram alocados especificamente para o setor da carne cultivada com a tese de que este produto será mais sustentável do que a carne bovina”.

O estudo põe em cheque, justamente, essa narrativa. A pesquisa reconhece que, embora seja verdade que a carne cultivada elimina o uso de terra, água e antibióticos da criação de gado, mas frisa que o interesse de consumidores sobre o produto foi impulsionado por análises imprecisas das emissões de carbono.

Entre os problemas, as análises das empresas de carne de laboratório modelaram o impacto climático deste tipo de produção usando tecnologias que não existem ou provavelmente não funcionarão.