Ex-líder do MST cobra governo por reforma agrária na CPI
José Rainha, no entanto, esquivou-se de perguntas sobre invasões de terra
|Relator da CPI, deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) divergiu de Rainha em alguns momentos. (Foto - Lula Marques/ Agência Brasil)
Líder mais conhecido da Frente Nacional de Luta, Campo e Cidade (FNL), organização social que luta pela reforma agrária no Brasil, José Rainha Júnior, foi ouvido hoje (dia 3), pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga os atos de invasão de terras no país, da Câmara dos Deputados.
No seu depoimento, ele declarou que o governo federal precisa avançar e promover uma melhor distribuição de terras.
“Creio que ainda há muito o que fazer. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), há, no campo, vastas áreas para serem desapropriadas para a reforma agrária. Estamos falando de milhões de hectares”, disse Rainha.
A audiência serviu para que os parlamentares ouvissem Rainha sobre sua atuação à frente da FNL e de ocupações de propriedades rurais.
Segundo Rainha, ele “não é um criminoso.” “Sempre lutei pela vida e pela dignidade das pessoas. Já fui preso várias vezes, mas nunca por motivos que não tivessem relação com a causa da reforma agrária. Fui acusado, mas não há nenhuma condenação transitada em julgado e já fui absolvido em vários processos”, afirmou Rainha ao defender a atuação da FNL e de outros movimentos.
Prisão
Rainha e outros dois líderes da FNL, Luciano de Lima e Cláudio Ribeiro Passos, foram presos preventivamente em março deste ano, em Mirante do Paranapanema, cidade do interior paulista, vizinha a Presidente Prudente.